Ser santa ou não ser

on 25 de fevereiro de 2011

"Neste Brasil de "cordialidades", a população, em sua maioria, confunde Sinceridade com Hipocrisia.
No sangue tropical, quente e "humano", os Sinceros são julgados como Falsos e Dissimulados, enquanto que os Hipócritas são tidos como Vítimas e Bons Amigos.
Já era de se esperar!
Para alguém ser aceito aqui, é preciso ter grandes turmas, amigos a rodo... distribuir sorrisos como se jogam confetes nas matinês de carnaval e confabular sobre a vida alheia junto ao seu círculo social. Hilário, não?!
No Brasil é assim, se eu gosto eu já amo, se eu não gosto tenho que fingir gostar.
Mas que sina tem este país de coração mole e de carnaval... compactuar com as máscaras!
Por isso é que eu digo, ser cordial não me integra. A política da boa vizinhança não faz parte do meu currículo!
Dou cá ou lá meus jeitinhos brasileiros para as coisas,
mas, ainda assim, Eu prefiro ter poucos amigos.
Minhas idéias e discursos correspondem aos meus atos...

Graças a Deus que eu não sou santa!!!"

Aliene Bonassi

on 19 de fevereiro de 2011


O telefone tocou...ouvi e falei...problemas e a solução aos meus se resumiu em uma simples palavra de origem árabe – MAKTUB – “estava escrito” ou “escrito nas estrelas”, sucintamente significa que de uma forma ou de outra estamos predestinados a despeito do nosso livre-arbítrio. Toda a minha preocupação, insegurança, tristeza sumiram e fiquei bem mais leve. Surpreendente e no fundo eu sempre soube disso, mas, as vezes, os sentimentos mundanos me tiram dessa calmaria nirvanística, fazendo eu me lembrar que sou bem humana, cheia de imperfeições e por isso sujeita ao sofrimento. Entretanto, magicamente, é só ouvir MAKTUB que o equilíbrio e a tranqüilidade se restabelecem.

Iogurte com cereal

Ao entardecer sentada na sargeta, embaixo de uma árvore... pensando na vida e esperando o ônibus que passa pela faculdade e pára na quadra da minha casa passar. Bate uma brisa suave que bagunça todos os meus pensamentos. Quanta coisa eu consegui em quatro anos longe do lugar onde eu vivi dezessete anos. Quantas pessoas entraram na minha vida a “atrapalharam” completamente, deixando uma desordem total e de repente, do caos apareceu uma ordem que só eu pude identificar. Quantas pessoas saíram, deixando suas devidas marcas, risos, lágrimas e das quais hoje eu me lembro, ora com raiva, ora com alegria. Quantos amigos e inimigos. Quantos amores e ilusões. Quantas conquistas materiais e como ser humano. Sou grata por tudo, e quero mais, muito mais, infinitamente mais. Incansavelmente quero dias de riso, de choro, de conquistas e de mudanças.
Inexplicavelmente, um barraco na faculdade, onde só faltou jogar uma lona para virar um circo, onde uns queriam arrancar os fígados dos outros, fez com que uma retrospectiva passasse em frente ao meus olhos. Retrospectiva como aquelas que dizem que temos antes de morrer, ou como aquelas que aparecem nos filmes. Foi muito rápido, queria ter vivido cada momentinho que já passou de uma forma mais demorada, observando todos os detalhes.
Acordei meio perdida, meio triste, meio cansada. Tentei inovar. Iogurte com cereal (argh, nunca gostei desse trem), tirando o preconceito, até que é bom para um café da manha desinteressado vendo um desenho besta que passa na televisão. Quando estou com esse misto de sentimentos estranhos, saio para gastar: roupas, sapatos, brincos, etc.
Saí com este intuito. De nada adiantou, as vitrines não me chamavam atenção. Contudo, o sol estava tão quente e gostoso que andei sem rumo, sentindo a minha pele queimar, sentindo olhos me observarem – Que que esta menina, bonita por sinal, está sorrindo a toa? –
Como não tinha com o que gastar, passei na padaria para comprar quitutes de todos os tipos e sabores, mesmo sem fome. Caminhei sem rumo até que me deparei com a praça da Matriz, onde encontrei a igreja fechada. Definitivamente não entendo esta cidade, nem os sentimentos que nascem e morrem aqui. Voltei para casa e sentei para desabafar todos estes sentimentos, todas estas coisas.
Bem besta a minha comparação, mas isso aqui é como a Penseira do Alvo Dumbledore, tiro tudo da minha cabeça para ficar mais leve e continuar seguindo em frente. Largo a memória aqui. Saudades destes tempos despreocupados de pegar um livro da série Harry Potter e ler do começo ao fim no mesmo dia, sem mais nada na cabeça.