Uma realidade cansada e sem vírgulas

on 21 de outubro de 2008

cansada de migalhas

cansanda de cobranças e de prestação de contas

cansada de receber mais do que dar e dar mais do que receber

cansada de não poder ser eu mesma e de ser eu mesma sendo outra pessoa

cansada de não poder fazer o que eu quero quando eu quero

cansada de não ser entendida ou ao menos escutada

cansada de nao ser amada e de ser amada obsecadamente

cansada de ser amada a distancia e de ser amada de muito perto

cansada de ser feliz por alguns poucos momentos e falsamente triste

cansada de acordar cedo para a realidade

cansada de viver como eu vivo

cansada de viver com medo e cansada deste

cansada da minha armadura e cansada demais pela vida para ter coragem de tirá-la

simplesmente exausta dessa monotonia

cansada de todos os momentos bons e ruins que acabam sendo todos iguais

cansada das mesmas sensaçoes tao efemeras tao fracas e vazias

cansada da dita felicidade e da dita tristeza

assim vou vivendo sem nenhuma novidade sem nada nem alguem que mude esse cansaço das mesmas coisas

assim vou vivendo sem virgulas nem pontos as coisas vem e vao ao mesmo tempo se sobrepoe acontecem simultaneamente mas nem tanto

a consciencia não sei mais onde ela está ainda resta um pedaço que nao permite que eu machuque demasiadamente os outros mas a parte que era só minha sei que dorme ainda não morreu

p.s.: como sei que as vezes preocupo as pessoas com as coisas que escrevo quero deixar claro que este é apenas um reflexo de uns pensamentos perdidos na madrugada.

Perdi o sono...

on 6 de setembro de 2008

Sempre encontramos coisas antigas em meio as mudanças de quarto, de casa, de cidade...dessa vez foi numa arrumação de escritório. Enquanto selecionava o que levar para o quarto e o que deixar nessa nova saleta, encontrei uns cadernos antigos, de uns bons 3 ou 4 anos atrás, com poemas, histórias, cartas não enviadas e revisões para a prova. Durante a leitura fui revivendo alguns momentos e tentando me lembrar de outros, o que confesso, não consegui fazer na íntegra. Essa foi uma das atividades do dia...dia comprido à espera de um telefonema, telefonema que não veio. E então resolvi não esperar mais e ligar, já que os dias haviam mostrado que não haveria nada de errado nessa atitude. Não houve. Apenas ouvi uma voz cansada, duvidosa, palavras desagradaveis e a descrição de um sábado comum. A partir daí perdi o sono e me senti meio "assim". "Assim" porque relendo as coisas que escrevi, percebi que há uns anos atrás eu tinha mais assuntos sobre os quais escrever, talvez não "mais assuntos", mas eu queria escrever sobre muitas coisas. Tinha uma certa criatividade e palavras bonitas, apesar das rimas baratas com gerúndios e infinitivos. Qualquer coisa virava um poeminha, talvez tonto, mas para quem gosta de mexer com as palavras, desenhos e cores, já era alguma coisa. Perdi o sono. Perdi, porque esse telefonema apagou as cores que eu juntei aos pouquinhos durante o dia, tornou tudo cinza com um ponto de interrogação no meu umbigo. Por que no umbigo? Porque é lá o nosso centro gravitacional e acho que o meu está um pouco desequilibrado. Contudo, me despertou uma vontade imensa de escrever sobre tal acontecimento. Perdi o sono. Perdi, porque várias questões começaram a saltar na frente dos meus olhos, algumas certezas e talvez uma ou outra possibilidade. O que falar sobre a ignorância? Será ela boa, ruim ou relativa dependendo do assunto ou do modo de vida que você quer levar?
Termino mais uma vez sem concluir, já que uma das minhas maiores características ao escrever é interligar os assuntos e não terminar em lugar algum...ou ainda ter umas dúvidas aqui ou ali e não querer escolher entre uma coisa e outra, e sim desejar as duas...
Boa noite? Boa noite.

Se eu não lembro...

on 21 de agosto de 2008

Eu não fiz (frase habitualmente usada por ébrios), não falei, não vi, não sei ou simplesmente sofro de repentinas perdas de memória.
Bom, todas as hipóteses condizem a minha pessoa, principalmente as últimas. Falta de assunto é a pior arma do ser humano, pois o leva a confabular no mínimo casos curiosos. Uma série de eventos sem nexo causal, podem levar um indivíduo desocupado à achar casualidades entre eles, criando a história mais tola e mirabolante possível. Ainda mais quando este é uma daquelas pessoas com síndromes pessoais e algum desvio de personalidade irreparável, em suma, de forma eufêmica, estou falando dos fofoqueiros, "fuxiqueiros"," leva e trás". Não, não que eu tenha algum caso específico para relatar, mas pelo bem maior, quem não sofre, quem não fica irritado ou quem não se prejudica com essas coisas? Você fala "x", entendem "xx" e o seu meio social ou nem o seu meio fica sabendo "xxx". Que caía uma "maldição" da verdade ou da língua presa sobre esses causadores de famas injustas. Até a imprensa entraria neste assunto, mas daí já é tema para outra conversa.
E quem vai me culpar por não lembrar de tudo o que me falaram ou de tudo o que eu falei? Em tempos de desordem, de mentira, nas atuais circunstancias mundanas, calar e esquecer, talvez seja a atitude mais sensata. Portanto, se não lembramos, não lembramos (ponto). Não precisamos nos justificar, é fato (acabou). Talvez se contratarem um psiquiatra para uma sessão de hipnose, vocês acreditem em nós ou saibam da "verdade" e ainda quem sabe, não deixamos de ter repentinas aminésias com um tratamento?! Assim, quem sabe, talvez vocês não acreditem em nós? Porque se eu não lembro, eu não fiz!
Agradecimentos especiais as pessoas que tornaram esses fatos possíveis para a elaboração deste post.

A vida é como uma orquídea. Atenção! Não ande dormindo.

on 13 de agosto de 2008

Todos os dias quando observo a orquídea que reina sobre a mesa da cozinha da Serenata, orquídea esta que os meus pais mandaram entregar no dia do meu aniversário (uma de minhas flores preferidas), penso numa analogia diferente. A última está intimamente relacionada aos ciclos pelo qual a vida passa. A orquídea para quem não sabe, dá belas flores uma vez ao ano. Precisa ser mantida num ambiente arejado, onde tome luz solar indireta e melhor ainda se um pouco úmido. Não se deve colocar muita água, uma vez por semana é o suficiente, mais do que isso, corre o risco de ter a terra "lavada" ,levando assim com a água os nutrientes necessarios para sua sobrevivencia. Tomo sempre o cuidado de, à noite, colocá-la no quintal para tomar o sereno.


Demos a ela aqui na república o nome de Orquídea Masoquista, pois é uma planta que quanto mais "sofre", mais belas nascem as flores na próxima estação.

Bom, não vou fazer uma comparação genérica com a vida, pois esta possui muitos aspectos, relacionamentos, subjetividades, que uma mera analogia não seria suficiente para abordar de um modo completo todos os seus cantos. Vou pegar o amor. Este sim, pode facilmente ser comparado com esta planta.

As épocas nas quais a orquídea floresce representa a paixão que existe, mas não está constantemente presente em um relacionamento. Contudo, ambos precisam de cuidados diários e carinho. Tal epífita é extremamente resistente, apesar de sua aparência frágil, se adapta facilmente a novas condiçoes e aos fatores externos. Encontra-se sempre verde e viva com novos brotos que crescem aos pouquinhos, ou seja, novas coisas, novos sentimentos e verdades, que somente com cumplicidade e um pouco de atenção podem ser descobertos gradativamente entre as pessoas. Além disso tal resistência representa o amor verdadeiro, pois este pode mudar de hemisfério, pode passar a ser regado com uma água diferente, pode ser um híbrido, mas acaba sua fisiologia resistindo e se adaptando as novas condições impostas pelo ambiente. Por fim, acredito que quanto mais lutamos para uma relação dar certo, quanto mais "sofremos" como a orquídea, quanto mais aprendemos com a experiência, mais bela será a flor da paixão que dará lugar há um amor, paradoxalmente leve e intenso. Quem sabe, se este relacionamento não é da espécie Vanilla (orquídea cujo fruto dá origem a baunilha)e terá uma essência doce e gostosa de baunilha.

Estas poucas comparações, pois muitas outras poderiam ser feitas, comprovam de uma forma ou de outra que todos os seres vivos ou não, tem fases que podem ser comparadas umas com as outras e assim, com a observação podemos tirar algumas lições de vida. Isso não é nenhuma novidade, já que os primeiros monges praticantes de yoga retiraram tal conhecimento da natureza. Através da observação dos movimentos dos animais, plantas e outros, notaram que a reproducao destes trariam benefícios para a saúde humana, além de equilibrar o corpo tornando-o apto para a meditacao.



Cortando a linha de pensamento deste post....Atenção!! Não ande com sono, com os olhos semi cerrados, o que você viu pela primeira vez, antes de esfregar os olhos e acordar, pode não ser o que você enchergará da próxima. Além disso, é possível que você passe por "sem-educação" e fique constrangido. Experiência própria.


O post do auge do ócio

on 17 de julho de 2008

Tentativas frustradas de escrever qualquer coisa no dia de hoje, por mais idéias e fatos que pulassem a minha frente, não consegui transformá-los em palavras...espero que seja só uma fase. Eis que abro a minha caixa de e-mail e tinha cabado de chegar o boletim "Le Monde Diplomatique Brasil" no qual sou cadastrada para receber, e um texto me chamou a atenção. Me identifiquei com ele, era aquilo que de alguma forma eu queria dizer...
http://diplo.uol.com.br/2008-07,a2493

Migalhas

on 14 de julho de 2008

São muitos os textos que escrevi a luz da luminária que estão no meu criado-mudo esperando para serem publicados aqui, mas lá permanecerão guardados.
Hoje, quero enfatizar um escrito em 1a pessoa, vou falar o que realmente sinto, o que quero não só deixar para trás, mas fazer com que esses fatos passados se auto destruam em minha mente de uma forma limpa, sem deixar nenhum vestígio, afinal "quem vive de passado é museu".
Certo dia uma amiga me mandou uma música cujo trecho inicial era "Saia dessa vida de migalhas..."
E hoje, por mais que doa, finalmente estou deixando o passado e tudo que de alguma forma me fez mal, que de alguma forma me prejudicou, que de alguma forma me fez derramar lágrimas. Como uma lagarta que se transforma em borboleta. Foram muitos os fatos tenenbrosos, as brigas que causaram terremotos, as paixoes que passaram como uma ventania, as desavenças que me fizeram tremer na base, foram muitas as experiencias. De uma forma ou de outra, me ajudaram a crescer e digo que não me arrependo. Contudo, julgo nao ser necessario me lembrar e conviver com as coisas tristes que me fizeram como sou hoje. Não estou me enaltecendo, nem falando como sou ou deixo de ser, isso cabe as outras pessoas, eu apenas, creio que me conheço e isso é o suficiente.
Uma nova pessoa escreverá agora neste blogger. Uma pessoa melhor.

Do salgadinho de todos os dias

on 26 de junho de 2008


Bem que diziam que o cantineiro era um sujeito chato.
Até então eu não tinha motivos para queixas.
Todos os dias após o almoço frequento a sala de estudos, deixo meu material, desço, compro um café e um bombom.
No meio da tarde para relaxar um pouco, desço novamente e compro um salgado de frango e outro café.
Todos os dias o mesmo esquema, sem colocar nem tirar nada de diferente, a não ser umas conversinhas paralelas, muito divertidas.
Nesta última quarta feira, desci às 16h50min. Pedi uma esfirra de frango como sempre. Dei a primeira mordida e percebi que era de carne. Pior do que isso, carne temperada com pimentão e azeitonas (péssima combinação, a meu ver). Detalhe quando o cantineiro me entregou a esfirra, confirmou: "de frango, né?"
Inconformada e com o paladar azedo fui reclamar...de nada adiantou...o cantineiro disse que eu havia pedido de carne! nunca! também só em sonhos, ou melhor só na minha cidade natal, eles lembrariam que "o cliente tem sempre a razão", lá já trocaram os meus salgadinhos pelo correto...
Menti, falei que era alérgica a azeitona, que não comia carne (olha o absurdo), ele só franziu a testa e com uma cara gorda, feia e brava, retrucou grosseiramente: você pediu de carne!
Bom, não havia o que ser feito. Reclamar com quem, já que todos já reclamam dele?! Nenhum ânimo para grandes discussões, já que essa foi a semana mais tensa e corrida do ano devido as provas e trabalhos.
As crianças da Etiópia que me desculpem, mas indignada, com vontade de comer e com a boca azeda de pimentão, meu único gesto de revolta se resumiu a dar mais uma mordida no cantinho do salgado e a arremessar com uma vontade incontrolável no lixo!
Depois com um pequeno peso na consciencia, pensei que poderia ter dado à algum amigo faminto, mas já era tarde demais...

Ironizo...sortuda que só eu, quer um pouco?

on 24 de junho de 2008

Este relato já faz parte de um passado que me é remoto...

Ironizo...sortuda que só eu, quer um pouco?
Não poderia ser melhor, chego meia hora antes para fazer a prova de direito civil, ou o professor se atrasou meia hora. Grande pergunta, não sei até hoje quem estava no horário certo, mas de qualquer forma é um pormenor que não vem ao caso. Como em qualquer outro dia de provas, onde o professor não se importa em arrumar a sala com as carteiras distanciadas umas das outras, todos os alunos se encontravam uns em cima dos outros no fundo da sala, como um rebanho de carneiros acuados frente ao predador. Impossível respirar, quanto mais executar algum tipo de movimento.Quando resolvo sair para ir ao banheiro, entra o dito cujo com as provas na sala. Crise de rinite. Mesmo com papel, meu nariz não parava de escorrer e eu de fazer barulho na sala. Um chafariz ou uma cachoeira, enfim... Peço para sair. Tropeço no material de todos e esbarro em alguns pés no meio do caminho. Depois de atravessar um longo corredor, finalmente chego no banheiro...adivinha? Menstruei... e estou com um absorvente mínimo, daqueles que não servem para nada. Volto para sala de aula nervosa, não podia contar para o professor o que acontecia (imagina que vergonha), muito menos pensar em sair com a bolsa para o banheiro, ele pensaria que eu estava colando...
Bom, no final das contas fiz a prova tensa, apertada no meio daqueles carneiros amedrontados, com o nariz ruim e em tese, sangrando (pois no final vi que não tinha acontecido nada por ser o primeiro dia).
Poderia ter tido mais sorte? creio que deu para tirar nota...

Do Cotidiano

on 21 de junho de 2008

Ultimamente ando tão bem acompanhada!
Só homens cultos e bem sucedidos estao a minha volta.
Acordo com o falecido Silvio Rodrigues, almoço como o Julio Mirabete, quando tiro aquela soneca após o almoço sonho com o Fabio Coelho. Sozinha no meu quarto admiro o Humberto Theodoro, este, por falta de tempo e coragem, nunca o toquei.
Eles todos vade mecum (andam juntos). Já não ligo mais para o Silvio Venosa, nem para o Pamplona e Gagliano, no entanto sei que em breve eles voltarão a fazer parte da minha rotina.
O que interessa e é o mais triste, é que eles dormem todos juntos na minha estante, enquanto eu durmo sozinha em minha cama, esperando pelo homem que irá acordar, almoçar, dormir, sonhar, construir e viver todos os dias ao meu lado, o homem da minha vida?!?
Não precisa ser perfeito, nem tão bonito, nem tão inteligente, nem rico ou popular, só precisa gostar de me fazer feliz e ser feliz ao meu lado. Precisa se tornar meu amigo e saber conversar. Ser uma pessoa de bem com a vida e que goste de dar boas risadas. Precisa ser carinhoso e leal, sincero e legal. Íntegro e bem disposto, pronto para a construção de uma história real.
Bem na verdade, eu só quero um amor que nao seja banal.

Des-humanida-des-humanida-des-humanida-des...

on 14 de junho de 2008

Hoje presenciei a desumanidade e não acreditei.
Não acreditei na maldade, na loucura e no descontrole desses primatas.
Me desequilibrei com a desumanidade desses seres que chamamos de humanos.
Racionalidade? onde? está na hora dos conceitos serem revistos.
Não existem palavras para mostrar o peso que se abateu sobre a minha cabeça.
Somos todos incapazes. Poucos são os que conseguirão salvar uma vida inocente, porque estas estao sendo tiradas a todos os momentos. Enquanto comemos uma maçã, enquanto passamos bons momentos com as nossas famílias, enquanto sorrimos...enquanto isso, crianças morrem, adultos passam fome, indivíduos roubam para sobreviver, bebes sao assassinados, mulheres mal tratadas... Como diria Hobbes, o homem é o lobo do homem. Pior do que uma cadeia alimentar, é quase um canibalismo sem motivo. Absurdo. Um espanto de quem viveu por muito tempo protegida das diversas realidades mundanas. Este é só um "post" pobre e escrito rapidamente para expressar parte da minha indignação frente à essas atrocidades.

Insatisfação Garantida

on 24 de maio de 2008

A noite se aproxima e trás consigo uma névoa de profunda reflexão que paira sobre o meu ser. Não há como me concentrar em nada mais que não seja traduzir os meus pensamentos em palavras. As idéias, os fatos que desencadeiaram este texto são: um grande amor passado, escolhas e tristeza.
Já pensei em escrever sobre o cotidiano engraçado, coincidencias curiosas e lembranças bizarras, mas por hora este não é meu estilo. Agora meus poros esbanjam um suor dramático e a poeira que se desprende do meu corpo é constituída de puro sentimentalismo.
Sou uma eterna insatisfeita. Tal característica pode ser analisada por prismas opostos. A insatisfação gera a necessidade de uma incansável busca por algo que lhe satisfaça, sendo assim os indivíduos portadores desse predicado descobrem caminhos novos e tesouros inimagináveis. Contudo, uma vez satisfeita a procura, voltam a ser insatisfeitos no mesmo âmbito ou em um outro. Isso porque a satisfação é êfemera, creem estes sujeitos que sempre visam uma "aventura" que os leve ao "Santo Graal" do momento.
O outro ângulo é que, via de regra, os insatisfeitos deixam passar desapercebidamente "coisas" importantes. Amizades, amores, objetos, lembranças, viagens e oportunidades. Isso se deve nada mais e nada menos ao medo de se vincularem a algo que possui 50% de chance de não lhes satisfazer no futuro.
Burro e cego pois tudo na trilha da vida acontece desta forma, através de escolhas deixamos para trás um futuro que poderia ser diferente. O burro parte para outra, pois acredita que sempre haverá algo melhor. Outro ponto que ele não entende é que uma experiencia frustrada no passado, não significa que a mesma irá se desdobrar igualmente no presente. Os tempos mudam, a água que corre no rio agora, não é a mesma que corre agora. (tentativa desastrosa de demonstrar movimento no texto)
Retomando...
E se não houver algo melhor?
É a pergunta que eu me faço todos os dias. Será que o que encontrei já não é o máximo? o resto não seria uma utopia? mas se é fruto da imaginação, ela está baseada em algo que já presenciei e se eu já o fiz ou já vi, não é algo impossivel de acontecer... devaneios sem fim.
No meu caso deixei passar um "grande amor" por medo de não viver e experimentar as delícias pecaminosas que o mundo pode oferecer a uma pessoas sem vinculos e longe do lar. Fiz uma troca, afinal naquele momento eu almejava, amava, me atraía mais pelas experiencias nunca vividas do que pelo meu amor densamente já conhecido.
A eterna insatisfação me proporcionou picos de alegria em todas as esferas da minha vida e me propiciou algumas escolhas infelizes.
Até hoje tenho dúvidas, não me resolvo.
Saberia eu viver sem os êxtases momentaneos em situacoes das quais eu teria que abrir mão? Saberia eu me satisfazer com "pouco"? (quero dizer, sem ficar procurando muito, não chega a ser uma alienação) Saberia eu escolher, sem ficar na eterna escolha? Saberia eu viver sem os grandes desafios dos insatisfeitos? Saberia eu viver sem um intenso amor?
Óbvio que todas essa perguntas, se respondidas afirmativamente, não comporiam um ser humano "normal", mas basta eu me perguntar uma delas para não encontrar a resposta. Insatisfeita até com o meu texto que não possui um desfecho.
O que eu amo? Creio que no momento talvez nem a mim mesma.

Agora, agora... agora não dá!

on 19 de maio de 2008

Hoje quem fala "agora, agora... agora não dá!" sou eu
Agora não dá para adiar
Agora não dá para ser a outra e nem mais uma
Agora não dá para ignorar
Agora não dá para ficar a mercê do destino
Agora não dá para querer ficar com você
Agora não dá para não te querer também
Simplesmente, agora não, não agora.
Um dia... ou não.

Meu hoje não é o amanhã

on 17 de maio de 2008

Começo a postar neste blogger hoje. Este não é o primeiro texto que gostaria que estivesse aqui, porém foi o que me encorajou a tornar público meus escritos. Este um tanto quanto pessoal. No geral meus poemas e textos costumam tratar de temas diversos, assim como a suas formas aleatórias.


Depois de um dia de cão, uma última palestra e uma última aula vem a calhar. O palestrante começa a explanar sobre a celeuma moral x ética e o professor sobre o tempo e capacidade de projeção. Me deparo com a frase de Ortega y Gasset (1883-1955) "Eu sou eu e minhas circuntâncias". Nada mais propício para um momento onde não há mais chão. De forma inesperada as pessoas falavam, me chamavam, eu ouvia, no entanto não conseguia me mecher e nem ao menos responder. Amigos e um desconhecido me levaram até um táxi, mais parecia com um caixão confortável, cheguei em casa e dormi. Acordei. Até entao estou refletindo sobre essas noites, nas quais irresponsavelmente os jovens, em pequenas parcelas, destroem seus corpos, na vã ilusão de que estão felizes, se divertindo, arrasando e conquistando corações, quando na verdade estão fugindo de problemas, tirando umas horinhas de folga e torrando dinheiro. Experiência própria. Futilidade. Exposicao demasiada da própria imagem. Sonho de que as pessoas são boas e não te julgaram, assim como você não o fará. Princípios e valores individuais violados. Sujeito aos próprios desejos. Deito a cabeça no travesseiro e ele é meu juiz. Rezo acreditando que os outros dias serão diferentes e realmente o são. Como dizia um dos principais filósofos do direito, Paulo de Tarso, " Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém". Queria eu um contrato para a minha vida, onde estivesse quase tudo delimitado, onde as normas e regras de conduta fossem reguladas de acordo com o tempo. Isso apenas porque o tempo é incerto e tal incerteza dá margem a probabilidades. Frente a estas não há estratégia anterior que me permita agir corretamente no acaso. O futuro é produzido, não há como antecipá-lo nem com cálculos matemáticos de projeção. " Estamos construindo hoje o futuro, só saberemos disso amanhã", escreveu João Cabral de Melo Neto. Tal conflito, tal texto só se deve à um fato que se desencadeia e se relaciona com todos os outros pensamentos humanos, o fato de que o tempo nos impõe uma estrutura conservadora, o tempo é conservador. Assim nossas decisões são tomadas de acordo com as coisas com as quais estamos familiarizados, de acordo com as escolhas da média do seu próprio meio. Esse é o problema, o meio. Aos poucos ocorre uma metamorfose invisível...
Termino este texto sem uma conclusão e insatisfeita, pois não sei até onde chegaria. Como em outras circunstâncias comecei em um ponto e terminei em outro, ou não terminei. Creio que o assunto não deva ser pontuado e que provavelmente nem haja como, já que se houvesse não seria um conflito.