Este relato já faz parte de um passado que me é remoto...
Ironizo...sortuda que só eu, quer um pouco?
Não poderia ser melhor, chego meia hora antes para fazer a prova de direito civil, ou o professor se atrasou meia hora. Grande pergunta, não sei até hoje quem estava no horário certo, mas de qualquer forma é um pormenor que não vem ao caso. Como em qualquer outro dia de provas, onde o professor não se importa em arrumar a sala com as carteiras distanciadas umas das outras, todos os alunos se encontravam uns em cima dos outros no fundo da sala, como um rebanho de carneiros acuados frente ao predador. Impossível respirar, quanto mais executar algum tipo de movimento.Quando resolvo sair para ir ao banheiro, entra o dito cujo com as provas na sala. Crise de rinite. Mesmo com papel, meu nariz não parava de escorrer e eu de fazer barulho na sala. Um chafariz ou uma cachoeira, enfim... Peço para sair. Tropeço no material de todos e esbarro em alguns pés no meio do caminho. Depois de atravessar um longo corredor, finalmente chego no banheiro...adivinha? Menstruei... e estou com um absorvente mínimo, daqueles que não servem para nada. Volto para sala de aula nervosa, não podia contar para o professor o que acontecia (imagina que vergonha), muito menos pensar em sair com a bolsa para o banheiro, ele pensaria que eu estava colando...
Bom, no final das contas fiz a prova tensa, apertada no meio daqueles carneiros amedrontados, com o nariz ruim e em tese, sangrando (pois no final vi que não tinha acontecido nada por ser o primeiro dia).
Poderia ter tido mais sorte? creio que deu para tirar nota...
Ultimamente ando tão bem acompanhada!
Só homens cultos e bem sucedidos estao a minha volta.
Acordo com o falecido Silvio Rodrigues, almoço como o Julio Mirabete, quando tiro aquela soneca após o almoço sonho com o Fabio Coelho. Sozinha no meu quarto admiro o Humberto Theodoro, este, por falta de tempo e coragem, nunca o toquei.
Eles todos vade mecum (andam juntos). Já não ligo mais para o Silvio Venosa, nem para o Pamplona e Gagliano, no entanto sei que em breve eles voltarão a fazer parte da minha rotina.
O que interessa e é o mais triste, é que eles dormem todos juntos na minha estante, enquanto eu durmo sozinha em minha cama, esperando pelo homem que irá acordar, almoçar, dormir, sonhar, construir e viver todos os dias ao meu lado, o homem da minha vida?!?
Não precisa ser perfeito, nem tão bonito, nem tão inteligente, nem rico ou popular, só precisa gostar de me fazer feliz e ser feliz ao meu lado. Precisa se tornar meu amigo e saber conversar. Ser uma pessoa de bem com a vida e que goste de dar boas risadas. Precisa ser carinhoso e leal, sincero e legal. Íntegro e bem disposto, pronto para a construção de uma história real.
Bem na verdade, eu só quero um amor que nao seja banal.
Hoje presenciei a desumanidade e não acreditei.
Não acreditei na maldade, na loucura e no descontrole desses primatas.
Me desequilibrei com a desumanidade desses seres que chamamos de humanos.
Racionalidade? onde? está na hora dos conceitos serem revistos.
Não existem palavras para mostrar o peso que se abateu sobre a minha cabeça.
Somos todos incapazes. Poucos são os que conseguirão salvar uma vida inocente, porque estas estao sendo tiradas a todos os momentos. Enquanto comemos uma maçã, enquanto passamos bons momentos com as nossas famílias, enquanto sorrimos...enquanto isso, crianças morrem, adultos passam fome, indivíduos roubam para sobreviver, bebes sao assassinados, mulheres mal tratadas... Como diria Hobbes, o homem é o lobo do homem. Pior do que uma cadeia alimentar, é quase um canibalismo sem motivo. Absurdo. Um espanto de quem viveu por muito tempo protegida das diversas realidades mundanas. Este é só um "post" pobre e escrito rapidamente para expressar parte da minha indignação frente à essas atrocidades.