Do chão e do não, não passa

on 27 de agosto de 2011

Sentada em umas cadeiras posicionadas de frente para um corredor e uma sala envidraçada eu observava deslumbrada pelos vãos das persianas a justiça sendo feita.
Ao mesmo tempo me sentia cansada e a minha cabeça estava a mil, lembrando e pensando em todos os detalhes, palavras e gestos da noite anterior.
Hoje, um tanto quanto desiludida e feliz, pois ter que reviver sentimentos não é exatamente o que se busca quando já se sofreu bastante por motivos parecidos.
Desta vez, eu sei que passa, e que se eu quiser, passa rápido. Mas e a falta de vontade de querer? Por que você sempre acha que é desta vez que vai dar certo, mas no fundo, não é? Ou você simplesmente não sabe e está cansado desta ignorância.
Acredito em destino e que nada é por acaso. Também acredito na existência de um plano maior. Acredito em Deus, não obstante, creio que somos deuses de nós mesmos e das nossas vidas.
E depois de vinte e dois anos, o meu lema de vida é “do chão e do não”, não passa. Então, eu entro de cabeça em todas as coisas que eu desejo: trabalho, pesquisas, relacionamentos, projetos.
A minha fase de reconhecimento do terreno inimigo, ou melhor, do terreno desconhecido é bem rápida. Acredito que com o tempo, se torne cada vez menor. Muita gente se assusta com este meu jeito direto e nem um pouco sutil. Outros me julgam mal.
Já pensei em mudar. Contudo, fica a dúvida: se eu mudar, será que estarei sendo eu mesma? Será que estarei sendo natural? Será que vai me fazer bem ou só vai fazer bem aos outros? Será que eu não serei uma fraude?
Por estas e outras questões, prefiro ser este furacão.
Como diria o meu pai sou uma nuvenzinha, pois quando eu chego o tempo “escurece”. Não no mal sentido, mas no sentido de que as coisas mudam.
Como diria uma amiga sou uma brutinha, pois quando dou um conselho não importa o quanto doa ou o quanto a pessoa vai chorar com ele. Quando eu falo, falo o que penso e depois pondero. Talvez, o contrário, fosse mais recomendável.
Como diria um grande amigo com o qual eu não tenho mais contato, “A Jú te joga a verdade na cara e te destrói completamente”. É para isso que os amigos servem. Eles te ajudam a enxergar, depois estão ali para secarem as lágrimas e te ajudarem a levantar.
Bom, se você se assustou comigo, você tem duas opções. Ou você vai embora e fica sem me conhecer. Ou aos poucos você vai me conhecendo e este susto poderá se transformar em um relacionamento bacana, uma amizade ou um amor. #ficadicaleitor

2 comentários:

disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
disse...

Talvez o reconhecimento da sua alma é o que mais importa; e pode ser que ainda esteja em falta com você mesmo.
NOSCE TE IPSUM.

Mas não peça para descrever isso tudo...

Eu ainda não sei nem qual é o meu reflexo no espelho... quem dirá o da minha alma!